Thursday, November 28, 2019

Mudaremos de endereço, mas não de missão


 
Nossa salinha/ escritorio
Curtimos bastante estar em nosso pequeno cantinho em nossa casa em Belo Horizonte durante os intervalos das nossas viagens, dando aulas em várias cidades e países.
Com a parede da sala pintada de verde claro e almofadinhas aconchegantes, é simplesmente um lugar maravilhoso onde nos sentimos em casa. Sabemos que somos abençoados! Mas estamos com o coração apertado... Pois vamos nos mudar!



Como assim: Mudar?!?

Moramos há 35 anos em Belo Horizonte. Durante os primeiros 29 anos começamos e lideramos uma base da JOCUM com vários ministérios voltados às crianças em situação de risco, como crianças de rua, crianças surdas e crianças afetadas por HIV/AIDS. Mas durante os últimos 6 anos temos dado ênfase a aulas em Belo Horizonte e outras cidades do Brasil e do mundo sobre como trabalhar com crianças em vulnerabilidade. A demanda é grande nas bases da JOCUM ao redor do mundo.



Ano que vem: Ásia, África e Oriente Médio

Gostamos poder encorajar, estimular, ensinar e orientar jovens missionários, e esperamos continuar assim ainda por muitos anos. Para o ano que vem temos agendadas aulas sobre crianças em risco nas Filipinas, Macau, Tailândia, Camboja, Angola e Turquia.


Nosso chalezinho na Holanda

Então, no dia 20 de dezembro vamos rumo à Holanda onde teremos nosso endereço permanente. Isso vai facilitar o tempo que queremos passar com Dilma e Davi, nossos dois filhos adotivos, durante as férias de Natal e do meio do ano. Ambos têm necessidades especiais e limitações mentais. Eles moram numa comunidade terapêutica numa cidade vizinha da nossa, onde estão muito bem cuidados e gostam de morar e trabalhar. Será bem legal estar com eles nas férias.

Nossos outros três filhos moram com seus respectivos cônjuges e nossos netos na Inglaterra, EUA e no Brasil; isso complica um pouco os encontros😊


Mas vocês são nossos!

“Vocês são nossos, viu, aqui do Brasil, muito mais do que de qualquer outro país do mundo!” disse-me um dos líderes da JOUCM no Brasil. “Sentiremos muito sua falta quando estiverem fora!”, completou.

Claro que planejamos voltar ao Brasil com regularidade para dar aulas nas escolas Crianças em Risco e estar com nossa filha, genro e netos. Mas para os próximos dois anos já temos convites para dar aula na Ásia, no Oriente Médio e na África.


Indo às Filipinas

Dois anos atrás demos um seminário na base da JOCUM em Cebu, nas Filipinas, o que foi muito legal! A base, cheia de entusiasmadíssimos jovens missionários, está rodeada por 9 favelas. O que quer dizer: muitas crianças em risco bem pertinho.

Existe um grande desejo de ajudar melhor aquelas crianças e suas famílias, para que suas favelas possam ser transformadas de comunidades tristes para locais vibrantes cheios de gente que trata uns aos outros com amor e de maneira honesta, transbordando de alegria e esperança. Um lugar onde terão casas seguras, com água, luz e telhados que não gotejam. Um lugar onde crianças podem ir à escola e jovens podem conseguir empregos. Onde há supermercados, postos médicos e igrejas. Onde as pessoas conhecerão a Deus, seu amor por elas e os demais, gente de dentro e de fora da sua comunidade, e onde irão honrá-Lo com suas vidas.



Por favor, ajudem-nos a divulgar essa escola!

Fomos então convidados a conduzir a Escola Crianças em Risco (CER) durante três meses e equipar os seus alunos nessa base da JOCUM nas Filipinas. Estamos empolgados! Se conhecerem quem queira fazer esta escola, por favor, encaminhem esta informação. Todas as aulas serão em inglês, o que facilita a participação de alunos estrangeiros além dos filipinos.

As datas serão: de 6 de abril a 26 de junho de 2020. O custo será de US$335,- por mês, incluindo hospedagem e alimentação. Após esse tempo teórico haverá a possibilidade de se fazer um estágio de 3 a 12 meses com crianças em situação de risco.

Para mais informação, visite nosso novo site: www.childrenatriskschools.com, ou comunique-se diretamente com a base: ywamcebu@yahoo.com


Natal

Lá fora frio, escuro, talvez com neve. Dentro de casa bem aconchegante, confortável, com jantar a luz de vela...

Ou como no Brasil: calor lá fora, pés descalços, camisa fina, ventiladores ou ar condicionado a todo vapor, talvez um churrasquinho no quintal…


Seja o que for, frio ou com calor, a mensagem não muda:

Isaías 9:5-6: “Porque um filho nasceu – para nosso bem! Um filho foi dado de presente – a nós!  Ele vai assumir o governo do mundo. Seu nome será: Conselheiro, Maravilhoso, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe de Bênção Plena. A autoridade de seu governo vai se expandir, e não haverá limites para a restauração que ele irá promover. Ele governará com base no trono histórico de Davi, no reino prometido, e se manterá por meio de justiça e vida íntegra; começa agora e durará para sempre.” (A Mensagem)

Celebramos no Natal que o Senhor Jesus nasceu por nós, para ser Salvador e Senhor em nossas vidas. E assim continua nossa oração: que Ele possa ser conhecido por muito mais crianças e famílias e que haja ainda muitas vidas transformadas.

Desejamos a todos um Natal abençoadíssimo e um novo ano de plenitude na presença de Deus!

Com muito amor!


Pontos de oração
  •  Agradecemos a Deus por todas as aulas dadas nos últimos anos. Orem para que as nossas experiências compartilhadas e as aulas possam abençoar muitos jovens ao iniciar seus ministérios com crianças, famílias e comunidades em risco; 
  • Agradeçam a Deus por nosso chalezinho na Holanda. Orem para que a mudança seja tranquila;
  • Agradeçam pela base da JOCUM em Cebu, nas Filipinas. Orem para que os alunos certos cheguem para fazer a Escola Crianças em Risco em abril 2020.

  



Monday, September 23, 2019

"Sim, é para isso que fazemos estes viagens!"


Aqui segue outra pequena atualização, com fotos, sobre nossa viagem ao Peru, onde demos um seminário. Começamos esta viagem com uma breve visita à nossa sobrinha Karina, seu marido Yojan e sua filha Gabriella, que moram lá e têm uma fazenda de cavalos. Foi muito bom poder visitá-los.


Depois disso, demos um seminário de uma semana, todas as noites, em uma igreja em Lima e durante o dia demos aulas para os funcionários de um centro comunitário em um bairro carente.


Após várias lições sobre como trabalhar com crianças é sempre bom preparar um dia de prática com as crianças. Nesta foto nossos alunos estavam fazendo o material que seria usado.


No dia da prática, grandes grupos de crianças chegaram a dois centros comunitários em bairros diferentes que, depois de divididos em pequenos grupos, participaram de uma programação superlegal para elas.


Até o pastor da igreja onde realizamos nosso seminário veio participar. "Sim, mesmo tendo 84 anos, sempre posso aprender algo novo, não é?", Ele nos disse, radiante.


As crianças desfrutaram de toda a atenção.


E nossos alunos também gostaram demais. “Eu não sabia que trabalhar com crianças podia ser tão divertido e descontraído!” Uma das jovens suspirou.


Foi muito encorajador ouvir depois todas as histórias entusiasmadas de como os alunos haviam vivenciado o dia de prática.

Viagens como essa, para o Peru, são sempre viagens grandes e cheias de desafios para Johan e para mim, pois, é claro, exigem uma quantidade extra de energia. Mas quando vemos as pessoas maravilhadas e agradecidas, algumas das quais viajando todos os dias 2 horas para chegar e 2 horas para voltar para participar do seminário, e perseverando nisso até o final porque tinham consciência de que aprenderiam coisas novas, nos enchemos de alegria, e lembramos um para o outro: "Sim, é para isso que fazemos estes viagens!"


Somos gratos a Deus por podermos fazer isso. E somos gratos a você por tornar isso possível orando por nós e nos apoiando financeiramente.
Saudações calorosas e ricas bênçãos de Deus!

Pontos de oração
  • Ore para que os alunos do seminário possam ajudar muitas crianças em situação de risco com o amor de Deus;
  • Ore pelos vários centros comunitários nos bairros carentes que são dirigidos por missionários da JOCUM. Ore para que eles sempre recebam as estratégias corretas do Senhor para ajudar as crianças e as suas famílias;
  • Ore por energia e saúde por nós, nestes últimos meses do ano vamos dar mais alguns seminários em diferentes cidades do Brasil.

  


Monday, August 19, 2019

Avonturas durante a nossa viagem pela America do Sul


Ana* nos ligou em pânico: “O abrigo está todo alagado, todas as coisas molharam, orem para que a chuva pare, por favor! Tem como nos ajudar?”



Ana é uma médica que fugiu da Venezuela juntamente com dois filhos, três irmãs, dois cunhados e cinco sobrinhos. Há seis meses moram na cidade de Boa Vista, onde já há milhares de refugiados acolhidos em abrigos administrado pela ONU.

Mas todos os abrigos oficiais já estavam lotados quando chegaram. A única opção que encontraram foi invadir um velho clube abandonado e construir moradias improvisadas utilizando lonas, madeirites, etc. Junto com outras 400 pessoas encararam esse desafio, uma vez que não tinham escolha...

*Nome mudado para proteger sua identidade. 


Liderar um Abrigo para Refugiados Juntamente com 4 caciques Indígenas
Era um grupo bem heterogêneo, pois além de um grupo de venezuelanos citadinos, havia representantes de 4 grupos indígenas, que estavam entre os primeiros a fugir da Venezuela. Ana formou, juntamente com os quatro caciques, a liderança do abrigo. Pregaram uma lista na entrada do clube: “Bem-vindos, mas é proibido o uso de drogas, álcool, e o horário de silêncio é 22:00”. E assim estão tentando fazer as coisas funcionarem.

Em contraste com os outros refugiados abrigados pela ONU, não recebem comida, eletricidade, roupa… têm que se virar para tudo.

Durante nosso tempo em Boa Vista tivemos oportunidade, juntamente com nossos alunos, através programações para as crianças e apoio prático, ajudar dois abrigos assim. Ambos tinham cerca de 400 adultos e 150 crianças.


No abrigo em que Ana estava era tudo um pouco mais complicado, por falarem, além do espanhol, outras 4 línguas indígenas! Cada um desses grupos ficou numa área separada dentro do antigo clube, barracas com lonas foram levantadas e construíram alojamentos com material de demolição.

A família de Ana – 6 adultos e 7 crianças – dormia junta numa barraca improvisada de 3x5 metros, com lonas de plástico em três paredes, mas a frente ficava completamente aberta. No verão, época seca com temperaturas acima dos 40 graus, aquilo funcionava razoavelmente, no entanto, chegara a temporada de chuvas na região!...

Uma Tempestade Tropical

“Todas as nossas roupas molharam e passa um rio pela nossa barraca”, disse Ana chorando ao telefone.


Juntamos nossos alunos para um planejamento emergencial e poucas horas depois estávamos lá para ajudar, equipados com lonas, martelos, cordas, sacos de lixo, etc. Os parentes já tinham nivelado o chão da barraca de Ana aterrando com areia e, rapidamente, com a ajuda dos nossos polivalentes alunos, penduraram uma grande lona azul na frente da barraca para conter o grosso das chuvas.


Duas das tribos tinham sofrido menos com a chuva pois tinham colocado suas redes debaixo de estruturas antigas do clube, mas a maioria não teve tanta sorte assim. Uma tribo tinha estendido suas redes sem nenhuma lona de proteção. Então, para eles e outras famílias conseguimos também colocar algumas lonas. Foi apenas uma medida provisória que aliviava contra as chuvas, mas foi tocante ver a gratidão daquelas pessoas, e quando voltamos lá dias depois para fazer uma programação com as crianças, eles nos receberam de braços abertos.


150 Crianças em Pequenos Grupos no Chão

Um programa com 150 crianças em um espaço aberto, sem mesas, sem cadeiras e com 5 línguas diferentes, como fazer isso? É sempre tão bom ver a versatilidade dos nossos alunos!


Compramos 8 panos grandes para que as crianças pudessem se assentar, e assim que elas chegavam recebiam uma fita adesiva no peito com seu nome e idade. Criamos 6 grupos e ainda dividimos os mais velhos em turmas só de meninos ou meninas. Assim, estávamos prontos para começar o programa!


Johan e eu já tínhamos dado aulas por algumas semanas, e nossos alunos prepararam um lindo programa adaptado para as diferentes idades. Foi tão legal ver como as crianças de todos os grupos étnicos se misturavam sem nenhum problema, curtiram o tempo de contação de histórias, as brincadeiras e atividades nos seus grupos. Três horas se passaram num instantinho. 


E nossos alunos ficaram superentusiasmados: “Não sabia que poderia ser tão legal! Pensei que um programa com crianças era sempre tentar entreter um grupo grande com música alta e muita agitação! Mas dividir as crianças em pequenos grupos fica tão mais legal! Agora até aprendi os nomes de todas as crianças do meu grupo!”

A base de JOCUM em Boa Vista está apenas começando. Tem um compromisso forte com os povos indígenas e em ajudar os refugiados. Foi um grande privilégio poder dar um treinamento de um mês ali.

170 Alunos em Nosso Seminário Crianças em Risco
Em São Luís também fomos convidados pela base da JOCUM. Eles têm muitos contatos nas igrejas da cidade e quando anunciaram o seminário vieram 170 alunos! É excelente quando tem um grupo tão grande de pessoas motivadas a aprender como alcançar melhor as crianças e suas famílias que vivem em situações tão deploráveis.


Após 9 semanas de aulas em 5 cidades diferentes chegamos em casa, em Belo Horizonte, curtindo um tempo de qualidade com nossa filha Michele e sua família, antes de voltar à estrada em viagem ao Peru. Durante o restante do ano ainda teremos um programa cheio com seminários em diferentes cidades no Brasil.

E no Ano que Vem: Escola Crianças em Risco nas Filipinas!

Mas, enquanto isso, já estamos a todo vapor com os preparativos para o curso Crianças em Risco que acontecerá de abril a junho do ano que vem na cidade de Cebu, nas Filipinas, onde demos um seminário de duas semanas dois anos atrás.


Caso conheçam jovens que gostariam de fazer esse curso (em inglês) para aprender como começar um trabalho com crianças em risco, por quê, e as bases bíblicas de um trabalho com crianças, podem clicar aqui para maiores informações. Para brasileiros o custo para três meses de curso, incluindo moradia e alimentação será US$1.000,00


Somos Gratos

Obrigado a todos que nos seguem há tantos anos. Suas orações nos carregam, seus encorajamentos nos motivam e suas contribuições têm suprido nossas necessidades. Somos gratos que podemos assim servir ao Senhor juntos em favor de crianças necessitadas e suas famílias. Oramos por vocês e desejamos a todos as mais ricas bênçãos do Senhor!


Pontos de Oração:
  • Oremos pelos milhões de venezuelanos que precisaram fugir do seu país. Que as igrejas nos países vizinhos não se omitam, mas estendam suas mãos para ajudar;
  • Orem por esses dois abrigos em Boa Vista, onde falta de tudo e que não recebem ajuda da ONU
  • Orem pela Ana, que o diploma de médica possa ser reconhecido no Brasil, e que ela e os outros adultos da família possam achar bom empregos e boa moradia;
  • Orem pelos seminários e aulas que iremos dar no Peru e no Brasil durante o restante deste ano;
  • Orem pelos preparativos do curso nas Filipinas;
  • Agradeçam pela nossa saúde;
  • Expressemos gratidão pelo fato que tivemos oportunidade de treinar e motivar tantos alunos para causa das crianças vulneráveis;
  • Orem pela minha irmã e sua família. Meu cunhado estava muito doente e faleceu semana passada.

Tuesday, June 18, 2019

Algumas rápidas notícias - Junho

Seguem algumas rápidas notícias do nosso trabalho nos campos de refugiados próximos à fronteira do Brasil com a Venezuela.


Fomos convidados pela JOCUM (Jovens Com Uma Missão) de Boa Vista, e durante este mês de Junho estamos dando aulas para os missionários daqui na parte da manhã – na varanda da casa do ministério mesmo –, e à noite damos aulas numa sala alugada para membros de igrejas, outras organizações e professores que já trabalham com crianças refugiadas ou têm interesse no assunto.


Algumas tardes durante a semana, e nos sábados de manhã, temos ido aos acampamentos a fim de aplicar o programa, de forma prática, de lições como a de “Como organizar e fazer um programa para crianças dos refugiados.”


Há treze acampamentos na cidade, dos quais onze estão sob administração da ONU. Isso pelo menos dá aos refugiados abrigo e três refeições por dia. Mas os outros dois acampamentos foram formados quando da superlotação dos acampamentos da ONU. Os refugiados invadiram uns terrenos e prédios abandonados e estão tentando sobreviver lá. São nesses dois acampamentos que temos focado a maior parte das nossas atividades.

Falta quase tudo nesses dois acampamentos: comida, moradia digna, colchões, roupa seca (é época de chuva agora na região), eletricidade...



Mas foi muito bonito ver a flexibilidade dos alunos e seu amor pelas crianças. Um dos acampamentos se chama “Criança Feliz”, e durante algumas tardes conseguimos transformar um pouco o ambiente de tristeza e desespero com o amor e a esperança do Senhor Jesus.


Aqui uma foto na beira do lindo rio que corta a cidade de Boa Vista. No próximo final de semana iremos a Manaus para mais um seminário sobre trabalho com crianças em situação de risco.

Somos gratos a todos que estão conosco nessas ações, desejando as mais ricas bênçãos do Senhor Jesus!

  • Orem pelas famílias que tiveram que fugir e ainda vivem em grandes dificuldades. Especialmente as famílias nos acampamentos sem infraestrutura;
  • Orem pelas pessoas que fazem os seminários. Que isso possa resultar na transformação de muitas crianças, adolescentes, jovens e famílias;
  • Orem pelas últimas aulas desta semana em Boa Vista e pela semana que vem em Manaus. Que isso possa servir de encorajamento para muitos;
  • Favor continuar orando pelo meu cunhado que ainda está muito doente. Por graça pela minha irmã e sua família.

Saturday, May 4, 2019

Enquanto (ainda) estamos no Brasil...

Há no Rio de Janeiro uma comunidade praticamente toda murada, com apenas uma rua de acesso. Esse acesso é bloqueado por um grande tronco de árvore. Quem quiser entrar, tem de pedir permissão de antemão ao chefe do comando local. Meninos armados guardam a entrada, e removem o tronco com grandes correntes caso alguém tenha permissão para entrar ou sair. Mesmo entrando a pé tem de ser convidado por alguém, que então lhe espera no tronco e te acompanha comunidade adentro. Entrar sem permissão é risco de levar bala...

Anos atrás fomos convidados a visitar essa comunidade. A JOCUM tinha tido um ministério lá no passado, mas estava desativado. Será que os alunos do cuso Crianças em Risco poderiam reativar o trabalho?
 
Os alunos da Escola Criancas em Risco no Rio de Janeiro

Gente Boa

Um pastor que já trabalha lá há mais que 20 anos nos convidou e nos esperou junto ao tronco. De lá até a casa da JOCUM são só uns 5 minutos, mas demoramos 45 minutos para chegar, pois ele parava em cada esquina a fim de nos apresentar a todos os membros da comunidade e do comando local, explicando que éramos “gente boa”.

Passamos por becos apertados, mas também por ruas largas e limpas. Vimos casebres típicos de comunidades carentes, mas também vi casarões murados, um até com um tobogã imenso visível por cima do muro, obviamente para a piscina no quintal. Os carros ficavam nas ruas; naquele bairro ninguém roubava, apesar de a polícia não ter acesso ali. O comando local era quem mantinha a “ordem”.
 
Uma outra comunidade no Rio, onde JOCUM tem um ministerio fantastico.

Guerra

A maioria dos habitantes nasceu ali, e ali moram a vida toda. A expectativa de vida é bem mais baixa do que no restante do Brasil. Ano passado eclodiu uma guerra contra o comando do bairro vizinho que custou a vida de muitos jovens. Mas agora tinha paz novamente, pois um comando assumiu todos os pontos de venda de drogas.

Longo Prazo

Um grupo de nossos alunos reabriu o trabalho com as crianças e adolescentes dali. E no mês passado tivemos uma oportunidade de visitar essa equipe e ver como estão indo. Como explicar às crianças de um lugar assim o que significa ser um Cristão de verdade? Quem Deus realmente é? Que existe do lado de lá do muro outro mundo grande e real? Nossos ex-alunos, hoje obreiros da JOCUM, nos contaram algumas histórias marcantes das crianças que participaram em algums acampantos e que foram profundamente tocados por Deus. Mas o trabalho lá obviamente é algo de longo prazo. Ficamos tocados em ver o compromisso destes missionários pela comunidade, pelas crianças e suas famílias.
 
Na base da JOCUM em Fortaleza

300 Adolescentes em Fortaleza

Logo depois, de volta à nossa casa, fui construir o website para as escolas Crianças em Risco. Enquanto isso, Johan viajou para Fortaleza. A JOCUM tem uma base ali que faz um excelente trabalho de discipulado com mais de 300 adolescentes através de esporte. Em Agosto terão a primeira Escola Crianças em Risco nesse local para treinar os alunos e obreiros para o trabalho com crianças e adolescentes.
 
An adventure with God awaits: the Children at Risk School!

Crianças de Rua em Recife

Em seguida, Johan foi para o Recife. Amigos de longa data, Mati e Julie, são os líderes da base da JOCUM de lá. Eles se conheceram a cerca de 25 anos atrás na base da JOCUM de Belo Horizonte. Escrevi sobre Mati no meu livro “Um grito das ruas”, sobre quando foi sequestrado pelo polícia, torturado e quase morto ao pensarem que ele era chefe de gangue de meninos de rua.
 
Julie e Mati, os lideres da base da JOCUM em Recife

Já estão liderando a base há vários anos, e o curso Crianças em Risco já funciona há mais que 20 anos por lá treinando alunos e obreiros. A base fica num terreno grande e lindo, onde tem apartamentos em casas para obreiros e alunos, além de uma casa de reintegração para meninos de rua, uma capela, um prédio com muitas salas de aula e uma grande escola de ensino fundamental para as crianças das comunidades em volta. Johan vai dar aula na escola Crianças em Risco. Sempre é muito gratificante poder compartilhar sobre planos e sonhos com obreiros e líderes em outros lugares.
 
Alunos e obreiros na base da JOCUM em Recife

Logo depois começa nossa viagem de dois meses pelo nordeste e norte do Brasil. Estaremos em Boa Vista e Roraima para trabalhar com refugiados da Venezuela e dando seminários, mas isso vai ser assunto da próxima carta 😊

Nossos filhos morando em 4 países diferentes

Quando tomamos, há 40 anos, a difícil decisão de obedecer a Deus e entrar em missões, foi um desafio deixar pais, irmãos e amigos, mas encaramos essa aventura com Deus. Nossos familiares e amigos acharam difícil nos deixar ir, e, realmente, sempre sentimos muita falta de todos.

Já moramos há 35 anos no Brasil. A cidade de Belo Horizonte é o local onde criamos nossos filhos e que consideramos nossa cidade 😊.

Agora nos econtramos na mesma situação de nossos pais tantos anos atrás. Nossos filhos não estão somente deixando a casa, mas até o país onde foram criados… Pieter, nosso filho mais velho, está de mudança para os EUA. Dilma mora na Holanda. Johanneke e sua família moram na Inglaterra. Michele é a única dos nossos filhos que ainda mora com o marido e filhos no Brasil. Davi mora na Holanda também.

Complicado? Isso mesmo! 

No ano 2011 foi a última vez que conseguimos juntar a família toda. Oro e espero que vamos conseguir isso de novo num futuro não muito distante. Estando no Brasil sentimos falta dos que moram fora, e quando na Holanda, a mesma coisa 😊. Além disso, viajamos por tempos prolongados para dar aula em vários países pelo mundo.

Mas geralmente conseguimos, pelo menos uma vez por ano, algum tempo de qualidade com cada um dos filhos. Nem sempre tanto quanto gostaríamos, mas Deus é fiel! Além disso temos a grande vantagem do advento da internet, com WhatApp, Skype, e-mail etc., que ajuda a nos conectar. Não é exatamente a mesma coisa do que conversar pessoalmente e dar um abraço apertadinho, mas...

Bem, será que sofro mesmo um poquinho da síndrome do ninho vazio??
 

Mas Johan e eu curtimos bastante poder estar juntos, servir ao Senhor juntos e sabemos que Deus é fiel em cuidar de nós, dos filhos, netos, família e amigos, seja perto ou longe.

A todos que estão ligados a nós, seja por WhatsApp, e-mail, ou outros meios, a todos que oraram por nós ou nos sustentaram financeiramente, nosso muito obrigado! Desejamos a todos as mais ricas bençãos de Deus!


Pontos de oração
  • Por favor estejam orando pelos ministérios com crianças em risco no Rio, Fortaleza e Recife. Que Deus os possa dirigir com estratégias certas, que haja recursos financeiros suficientes e ainda mais obreiros e voluntários para realização dos projetos.
  • Orem para que as aulas que iremos dar no Nordeste e Norte sejam benção e encorajamento para os alunos.
  • Orem por nós e nossos filhos e netos. Que Deus possa nos ajudar achar o tempo adequado para passarmos juntos, mesmo não sendo uma família padrão e morando tão espalhados.
  • Orem pela minha irmã e cunhado, Sieb; ele está muito doente. Orem para que eles e seus filhos e netos possam experimentar de forma bem tangível a presença e consolo do Senhor.

Friday, March 22, 2019

Notícias curtas!


Semana passada estivemos no Rio de Janeiro dando aula sobre os princípios Bíblicos de trabalhar com crianças em situação de risco.
 

Foi uma grande satisfação encontrar alguns dos alunos e obreiros da escola Crianças em Risco que lideramos lá em 2016, e celebrar o reencontro com coco gelado na praia de Copacabana. 
 
Temos muito orgulho dos ex-alunos e obreiros! Que continuem a ouvir do Senhor e o obedeçam.
 

Na semana anterior à nossa viagem havia sido Carnaval no Brasil. Também em Belo Horizonte milhões de pessoas pularam o Carnaval nas ruas. As equipes da base de BH aproveitaram a oportunidade para levar o evangelho aos foliões de um jeito bem criativo.
 

Somos privilegiados em poder trabalhar com estes jovens, e estar envolvidos em seu treinamento!
 

"Eu vou descer se você segurar a corda,” disse o famoso missionário William Carey, um dos primeiros missionários a ir para Índia, a um amigo que ficou na Inglaterra e se responsabilizou por levantar recursos e intercessores.

A todos que estão segurando a nossa “corda”, nosso muito obrigado. Que Deus possa abençoá-los ricamente!


Pontos de oração
  • Orem pela minha irmã Carla e meu cunhado Sieb; ele está muito doente. Em Fevereiro tivemos a oportunidade de estar por 3 semanas com eles na Holanda. Foi muito bom, mas também muito difícil ir embora de novo. Por favor, continuem orando por eles e sua família.
  • Orem pelas famílias nas comunidades do Rio de Janeiro, onde o controle está nas mãos de criminosos e traficantes. Oremos por esperança nessas situações tão complicadas. Que haja paz e justiça de verdade, em vez da falsa justiça que o mundo do crime oferece.
  • Estejam orando pelas viagens que temos programado a 9 bases diferentes na América do Sul neste ano de 2019. Que as aulas e seminários possam proporcionar grande encorajamento para os obreiros locais e resultar num crescente atendimento a crianças em situação de risco